Um cachorrinho consegue ser totalmente irresistível, dando-nos vontade de apertar e abraçar em dar tréguas. No entanto, os tutores de cães, especialmente se inexperientes, devem esforçar-se por entender aqueles comportamentos que levam alguns cães à loucura, antes de outra sessão de mimos.
Além disso, pessoas estranhas, crianças e visitas novas podem facilmente cometer alguns destes erros comuns que fazem irritar os cães (mas não podem dizer). Algumas das atitudes humanas criam uma repercussão errada na mente canina, sem que nos apercebamos delas.
1. Comandos verbais ou linguagem corporal?
Os novos tutores de cães geralmente desconhecem que os cães mais jovens entendem a linguagem corporal melhor do que os comandos verbais. Há pesquisas que demonstram que os cães são muito bons a reconhecer emoções humanas pelas mudanças nas nossas expressões e comportamentos. Muitos tutores confessam que os seus cães parecem “adivinhar” como se sentem por vezes.
Mas, no início, damos a maior parte dos nossos comandos verbalmente. O cão não conseguirá entendê-los ao princípio e vai ficar confuso. Mais do que isso, não gostará quando alguém gritar frustrado com a sua incapacidade de compreender, quando a pessoa é que não está a saber comunicar.
Os cães recebem sinais confusos quando as nossas palavras e as ações não coincidem, na sua perspetiva. Por exemplo: gritarmos “senta” com o nosso corpo inclinado para a frente e o braço apontado ao chão pode ser confuso. O cão vai associar o seu comportamento brusco e dominador com sinais verbais que lhe são desconhecidos. Repetir muito e falar mais alto geralmente também não resolve o problema.
2. Abraços
Quando coloca os braços ao redor do teu melhor amigo, é possível que ele se retraia. É uma questão de diferença na perceção. Nós podemos desfrutar de abraços calorosos, mas os cães pensam de forma diferente. Os cães não têm braços como nós e nunca demonstraram amor através de abraços. Em vez disso, em linguagem corporal canina, se um outro cão colocasse as patas nas costas de um companheiro, isso significaria dominância. Alguns cães toleram abraços, mas há outros que se sentem inseguros, ameaçados - e podem simplesmente não gostar abraços.
Observe o comportamento durante o abraço. Ele tenta afastar-se, fica tenso, evita contacto com os olhos, lambe os lábios, fica de orelhas para trás? É porque não gosta. Não force este tipo de afeto.
3. Exploração insuficiente
Os seus amigos que têm animais já terão partilhado consigo dicas sobre treino de obediência, mas podem-se ter esquecido do mais importante: deixar o pequeno canino explorar o ambiente. Como bons tutores, a nossa responsabilidade é mantê-los longe de plantas prejudiciais, objetos afiados e coisas mortais. Os cães exploram o mundo com os narizes.
Um cachorrinho nisto é parecido a uma criança pequena que gosta de explorar tudo ao seu redor. Passeie lentamente, mude de rotas todos os dias e permita liberdade suficiente para cheirar tudo aquilo que encontrar. Esses estímulos sensoriais tornam a vida mais interessante para os seus patudos.
4. Festinhas na cabeça
Quando o nosso cão se porta bem ou faz uma coisa correta, é bom premiá-lo pelo excelente trabalho. Quantas vezes, no auge da emoção, deu festinhas na cabeça logo na primeira aproximação? Sabia que os cães podem sentir-se ameaçados quando lhes tocamos logo no rosto ou no topo da cabeça?
O que é melhor? Deixar que venha ele ter connosco (ou com a visita) e, depois de o deixar cheirar, uma coçadela na entrada do peito ou em qualquer lugar que preferencial de festinhas. Depois disso, então sim pode encaminhar-se para festinhas na cabeça.
5. Sem rotina
Os cães são desorganizados, especialmente quando brincam com brinquedos todos de uma vez. Mas no geral, gostam de seguir rotinas na vida. Se até uma mudança na ementa lhes perturba o estômago e o humor… Consegue imaginar o mal-estar que não seguir a rotina lhes causa? Alguns cães mais depressivos ou ansiosos são facilmente perturbados por mudanças na rotina ou no ambiente. Idealmente, cinja-se a um horário fixo para jogar, correr, comer, etc. Eles olham para nós para os guiar na rotina, e estabelecer as regras da casa. Permanecer organizado e previsível é uma ótima fonte de tranquilidade para os nossos cães.
6. Inatividade e tédio
No meio da correria do dia-a-dia, é natural que o nosso cão fique entediado connosco.
Os cães esperam por nós o dia todo e, quando chegam a casa os tutores querem descansar, enquanto os patudos estão carregados de energia para gastar. Isto é irritante para os cães, por isso não é de admirar que comecem a criar problemas para chamar a atenção. A resposta a este comportamento é “jogos de treino”. Ensine-lhe novos truques, faça jogos de “encontrar o brinquedo”, dê um passeio a um sítio novo, etc. Faça uma hora destes jogos e deixe-o brincar com brinquedos com recompensa nas duas horas seguintes, para garantir que o seu cão recebe o estímulo de que precisa.
7. Forçar a sociabilização
Os cães também têm os seus amigos favoritos e até alguns inimigos. Sendo um tutor responsável, é importante assegurar que o seu cão sociabilize numa idade precoce. Forçá-los a sociabilizar com todas as pessoas ou outros cães é simplesmente errado. Por exemplo, o seu cachorro não gostará se tiverd de sociabilizar no parque se já quiser sair dali. Tal como as pessoas, eles não irão dar-se com aqueles com que simplesmente não se entendem. Faça de mediador quando for preciso e não force a sociabilização.
Educar um cão amigável que não seja tímido, reativo ou temeroso é fácil, mas talvez não seja intuitivo. Devemos tentar falar a linguagem deles e entendê-los para comunicar de forma eficaz. E o reforço positivo é sempre a melhor solução!
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