Se está a planear as primeiras férias com o seu cão descubra o que deve levar na mala, como preparar a viagem de carro e porque ele deve andar sempre de trela.
Este artigo é para si se faz parte do grupo de pessoas que aproveitou a pandemia - e as sucessivas quarentenas - para finalmente concretizar o sonho de ter um cão e está prestes a viver uma nova aventura com o seu novo “cãopanheiro”: as primeiras férias juntos!
E se há algo que dá prazer ao cão é poder acompanhar toda a família para onde quer que ela vá, de preferência para um destino que inclua atividades ao ar livre.
Sol, mar, praia, campo, caminhadas sem a pressão de cumprir horários e poder desfrutar de tudo isto com o seu companheiro inseparável parece ser o cenário para umas férias perfeitas, não fossem alguns pormenores que convém ter atenção para não deitar tudo a perder. A médica veterinária Célia Palma deixa algumas recomendações, a começar pela preparação da mala e a viagem de carro.
Vacinas em dia
Antes de ir de férias leve o seu cão ao médico veterinário para garantir que a vacinação e a desparasitação estão em dia. Deve também procurar aconselhar-se sobre a medicação que o cão deve fazer consoante o destino de férias. “Dependendo do local pode haver doenças endémicas (que se desenvolvem num determinado território) e poderá ser necessário preveni-las”, indica Célia Palma.
E se tem dúvidas sobre a resistência das coleiras desparasitantes à areia e à água do mar, Célia Palma garante que as coleiras continuam a proteger o cão, que “pode tomar banho no mar com a coleira, sem problema. Estas só não devem ser molhadas com detergente ou sabão, mas de resto não é necessário retirar a coleira quando vão à praia. Deve ter o cuidado de garantir que as coleiras não estão demasiado apertadas, para evitar fazer fricção com a areia, o que pode provocar dermatites”.
Os clientes Fidelidade Pets têm acesso ao serviço Telepet, no qual poderão conversar com enfermeiros veterinários que esclarecerão as suas dúvidas sobre como viajar com o seu animal de companhia.
Como preparar a mala
“Apesar de o cão estar com a família - e isso ser o mais importante para ele – é importante não esquecer que o período de férias, quer sejam apenas alguns dias ou várias semanas, é sempre uma mudança e, para alguns animais, pode ser necessário fazer algumas adaptações para que sintam menos stress com esta mudança”, explica a médica veterinária Célia Palma.
“É vital conhecer o seu animal de estimação. Se for um cão muito ansioso não se esqueça de colocar na mala os objetos que ele já conhece, como a sua cama e manta, os brinquedos preferidos, os comedouros e não altere a sua alimentação, que deve ser igual à que já faz em casa”.
Como controlar a ansiedade (e os enjoos)
Quanto à viagem, tenha em mente que o cão precisa de espaço. “Não pode ir amontoado de qualquer forma, no meio das malas, e existem regras a cumprir: no carro tem de viajar com um cinto adaptado ou dentro de uma caixa de transporte que permita que se coloque de pé, para que consiga esticar as pernas”.
E não se esqueça de fazer paragens durante a viagem “para que o cão ande um pouco e beba água, ou seja, o que for necessário para não ir dobrado muitas horas”.
Se tem um cão mais stressado, ou que não gosta de andar de carro, existem “feromonas em spray adaptadas a cães que os ajudam a acalmar (devem ser aplicadas 20 minutos antes da viagem), ou comprimidos adequados para que vá mais confortável e menos stressado. Pode ainda optar pela versão em coleira, que pode ser interessante porque vai estar sempre a acompanhar o cão, não só no carro, como na casa de férias e nos espaços novos.”
Se o seu cão enjoar nas viagens de carro “é necessário fazer medicação para o enjoo”, explica a médica veterinária, que aconselha a fazer pequenos percursos de carro com o seu cão, antes da viagem de férias, para perceber se enjoa em pequenos percursos. “Isso já é suficiente para saber se enjoa ou não”.
O que acontece se o cão fugir?
Como estão de férias numa casa nova e num ambiente que ainda não conhece, o cão pode assustar-se facilmente com ruídos ou escapar pelo portão para correr atrás de um outro cão, pelo que é importante “mantê-lo sempre à trela, pelo menos nos primeiros dias”, lembra Célia Palma, que aconselha a ter sempre na coleira, ou no peitoral, o número de telemóvel do tutor.
“Apesar de o cão ter microchip, para ter acesso a esse registo é necessário levá-lo ao médico veterinário, para que faça a leitura do microchip e consulte a base de dados. Logo, se a pessoa que encontra o cão tiver acesso rápido ao seu número de telefone, pode abreviar o tempo entre o desaparecimento do cão e o tutor encontrá-lo”.
E se numa casa de férias é relativamente fácil manter as portas e portões fechados, para evitar possíveis fugas, num parque de campismo torna-se mais complicado, pelo que é ainda mais importante que o cão ande sempre de trela. “Caso fuja porque se assustou, uma vez que não conhece bem a zona, pode não saber como voltar para casa”, lembra a médica veterinária.
- Treine-o gradualmente para ficar sozinho
Para que o regresso a casa não seja traumatizante para o seu cão, que vai ter de passar grande parte do dia sozinho em casa enquanto o tutor está a trabalhar, Célia Palma aconselha a deixar o cão sozinho, por curtos períodos, durante as férias. “Por exemplo, se passou o dia na praia ou no campo a correr, até vai gostar de ficar em casa à noite, a descansar, enquanto a família vai jantar ao restaurante. Ou podem deixá-lo numa divisão diferente onde a família está, com a sua cama e o seu brinquedo, enquanto estão na sala a ver um filme, para que se adapte a ficar sozinho durante algum tempo. É importante que seja uma adaptação progressiva, com períodos cada vez maiores, para o cão se adaptar a ficar sozinho”.
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