Se o seu gato começou a espirrar ou se está com corrimento nasal pode estar constipado ou com gripe. Aprenda a reconhecer os sinais e em que situações deve procurar a ajuda de um médico veterinário.

Com a colaboração de Célia Palma
Médica Veterinária

 

A mudança de estações, com muitas variações de temperatura, é um verdadeiro desafio para os gatos. Isto porque têm “um aparelho respiratório muito sensível e frágil, o que faz com que fiquem mais permeáveis a infeções respiratórias por mudanças bruscas de temperatura ou até por uma grande amplitude térmica que possa existir entre várias divisões da casa”, explica a médica veterinária Célia Palma.

No que diz respeito a infeções respiratórias, o gato pode ficar com “espirros, tosse, corrimento nasal e ocular, pneumonia ou mesmo dificuldade respiratória”, indica Célia Palma.

Se o gato estiver muito congestionado, ou seja, “com muito corrimento nasal, é sempre conveniente procurar um médico veterinário. Isto porque se o gato não sentir o cheiro dos alimentos, não se vai alimentar, logo se o nariz estiver muito obstruído pode ser um grande problema. Os gatos que estão alguns dias em jejum normalmente desenvolvem com uma doença de fígado, que não é a causa, mas uma consequência. Ou seja, o gato começou com um problema respiratório, não conseguia cheirar a comida, não comia e desenvolveu um problema de fígado relacionado com o jejum”.

Sempre que o gato não tem um comportamento normal, “não se alimenta ou movimenta da forma normal ou fica sempre deitado, muito provavelmente pode ter febre e se estiver com uma infeção respiratória mais grave é sempre conveniente procurar o médico veterinário. Agora se tem alguns sinais respiratórios, nomeadamente se espirra espirros de vez em quando, mas tem um comportamento normal, pode esperar para ver o que o sistema imunitário faz, mas não deixe prolongar muito tempo sem ver o médico veterinário.”

O que é a gripe felina?

Tal como nos humanos, os gatos também podem contrair gripe, ou melhor, gripe felina. Denominada Rinotraqueíte, é uma doença transmitida pelo vírus Herpesvírus Felino ou Calicivírus Felino, mas se já está a pensar se pode ou não vir a contrair mais este vírus, não se preocupe. Uma vez que não é uma zoonose, não é transmissível aos humanos, ainda que todos os gatos sejam suscetíveis de contrair a doença. Os mais vulneráveis são os mais jovens ou com mais idade, já que o sistema imunitário é menos resistente do que o de um gato adulto.

Basta o contacto direto com outro gato infetado ou o contacto direto com partículas virais, quer pela saliva ou secreções oculares e nasais, para ocorrer a infeção. Daí a importância de manter o seu gato com as vacinas atualizadas e afastado de outros gatos que estejam doentes.

 

Quais os sintomas da gripe felina?

Se nota que o seu gato anda com os olhos mais fechados e com muitas “remelas”, pode ser um sinal. Entre os principais sintomas de gripe felina estão espirros frequentes, tosse, corrimento nasal, ocular e aumento da salivação. O gato também pode ficar com febre (acima dos 39,2ºC), falta de apetite e ficar mais quieto do que o normal.

Apesar de não existir cura para a doença, é possível aliviar os sintomas com um tratamento específico e que pode passar pela aplicação de descongestionantes para desobstruir as vias respiratórias, soro fisiológico ou colírios específicos para limpeza frequente dos olhos, ou até um antibiótico para possíveis infeções bacterianas secundárias.

Uma vez que o gato irá perder muitos fluídos pelas secreções, é importante que o mantenha hidratado, o que ajuda a controlar a febre. Assim, deixe bastante água à sua disposição ou ofereça-lhe comida húmida, já que ajuda na sua hidratação.

Para subscrever um plano de saúde para o seu gato, conheça todas as opções disponíveis, que possibilita o acesso a vários clínicas veterinárias de norte a sul do país ou ao acompanhamento telefónico por enfermeiros veterinários.

Qual a duração desta gripe?

Caso o gato seja visto rapidamente pelo médico veterinário, o alívio dos sintomas pode acontecer passados cerca de 10 a 15 dias. Ainda assim, o vírus irá continuar no seu organismo, ainda que inativo, e pode voltar a manifestar-se em caso de imunidade diminuída.

A vacinação é a melhor arma de prevenção contra a gripe felina e deve ser efetuada quando o gato completar 6 a 8 semanas. Ao todo são três doses, com um intervalo de 21 a 30 dias, e deve ser feito um reforço anual.

Por norma, nos gatos saudáveis a doença não costuma ser grave e não são necessários cuidados médicos especializados, mas se os sintomas se agravarem ou se o estado geral do gato não melhorar, o melhor é procurar a ajuda do seu médico veterinário.